Andrés Gioeni foi padre durante dois anos e meio em Mendoza, na Argentina. Largou a batina, assumiu ser gay e mandou carta para Papa Francisco
Andrés Gioeni deixou de ser padre para viver relacionamento gay na Argentina
Andrés Gioeni, 41, foi padre durante dois anos e meio em Mendoza, na Argentina. Ele largou a batina para assumir ser gay e morar com seu companheiro Luís. Os dois estão juntos há nove anos e meio e moram em San Isidro, na Grande Buenos Aires. Andrés escreveu uma carta aberta ao Papa Francisco. No documento, ele pede que o pontífice ajude os gays a “transitar pela fé sem renunciar à experiência do amor” ao próximo de mesma orientação sexual e a Deus.
Andrés Gioeni conta que se descobriu gay quando já era sacerdote. Ele conta que no seminário, a questão da homossexualidade só era tratada em algumas aulas, mas que no dia a dia era um tabu. “Olhando agora para trás, vejo que no seminário já sabia [que era gay], mas eu negava. Se percebia que estava gostando de algum companheiro, logo me reprimia, falava a mim mesmo: ‘O que está acontecendo? Está louco?’, conta Andrés revelando ainda que dois seminaristas fizeram insinuações querendo um namoro, mas ele achava que fosse loucura e negava o fato.
Andrés Gioeni entrava em salas gays de bate-papo como anônimo e depois se arrependia, dizia que nunca mais faria aquilo. “Um dia, encontrei um homem que conheci no chat. Conversamos durante umas cinco horas e não contei que era padre. Acabamos tendo relações sexuais. Foi uma experiência linda, mas, no outro dia, acreditava que estava no inferno, que era a pessoa mais pecadora do mundo. Comecei a rezar, chorei muito e fui me confessar sem dizer que era padre. Falei: ‘Basta, isso vai passar, não pode mais acontecer’”, decidiu o ex-padre que passou a se a homossexualidade perguntar se era algo transitório ou para a vida.
“Quando me dei conta que era para a vida, cortei laços com a igreja. Vim para Buenos Aires começar uma nova vida. Uma pessoa me chamou para fazer umas fotos para uma revista gay. Depois, trabalhei por um ano de garçom numa boate gay. Foi muito difícil me aceitar. Por 30 anos, recebi a informação de que isso que eu vivia não era bem visto aos olhos de Deus”, conta Andrés. Depois, o ex-padre disse que começou a perceber que segue sendo amando por Deus mesmo sendo homossexual.
“Há nove anos e meio vivo com Luís. Queremos nos casar oficialmente. Mas adotar um filho não está nos planos”, conta Andrés.
Fonte @athosgls
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