Portanto, HIV é vírus e AIDS é a doença provocada por esse vírus. É possível ser portador do HIV por muitos anos antes da doença AIDS se desenvolver.
Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre os sintomas do HIV e da AIDS propriamente dita:
- Como o HIV provoca imunossupressão?
- O que é infecção aguda pelo HIV?
- Quais são os sintomas da infecção aguda do HIV?
- Qual é a definição de AIDS?
- Quais são os sintomas da AIDS?
Como o vírus HIV provoca imunossupressão?
Imunossupressão é o nome dado à queda das defesas do nosso sistema imunológico, que é o responsável por nos proteger de infecções causadas por germes, como vírus, bactérias e fungos.
O HIV age infectando e destruindo os linfócitos, células que fazem parte do nosso sistema imunológico. Este processo de destruição é bem lento e gradual, permitindo que os pacientes permaneçam assintomáticos por muitos anos. Isto significa que as pessoas podem ser portadoras do HIV por muito tempo sem necessariamente desenvolver a doença AIDS.
Um paciente só é considerado como portador de AIDS quando o vírus HIV tiver atacado e destruído uma quantidade tão grande de linfócitos que o sistema imunológico já encontra-se debilitado. Com poucos linfócitos viáveis, o organismo se torna mais vulnerável a infecções, ficando susceptível a diversos tipos de vírus, bactérias, fungos e até tumores.
Na verdade, o vírus HIV em si provoca poucos sintomas. A gravidade da doença está nas chamadas infecções oportunísticas, que são aquelas que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico para se desenvolver.
Todavia, o HIV em alguns casos pode também causar sintomas. Logo após a contaminação pelo vírus podemos ter um quadro chamado de infecção aguda pelo HIV, que nada tem a ver com a AIDS. É um quadro semelhante a qualquer virose comum, que o ocorre por uma reação do corpo à presença de um vírus novo.
Neste texto vamos falar sobre os dois quadros clínicos causados pelo HIV:
a) Infecção primária pelo HIV (infecção aguda pelo HIV).
b) AIDS (SIDA).
a) INFECÇÃO AGUDA PELO HIV
Chamamos de infecção aguda pelo HIV o quadro de infecção viral que surge dias após o paciente ter sido contaminado pelo vírus.
Uma grande quantidade de sinais e sintomas podem estar associados à infecção aguda pelo HIV. Muitos destes sintomas são inespecíficos e ocorrem também em outros quadros infecciosos, principalmente infecções respiratórias por outros vírus, como gripes, resfriados, mononucleose, etc.
A maioria dos pacientes que se contamina com HIV desenvolve sintomas de infecção aguda. O problema é que o quadro é tão inespecífico, e em alguns casos tão leve, que a maioria dos pacientes não se recorda de tê-lo tido.
O sintoma mais comum da infecção aguda pelo HIV é a febre (38ºC a 40ºC), que ocorre em mais de 80% dos casos.
Também são muito comuns:
A úlceras parecem estar relacionadas ao ponto de entrada do vírus nas mucosas, semelhante ao que ocorre na sífilis . Úlceras orais indicam contaminação por sexo oral ativo e as úlceras anais por sexo anal passivo. Do mesmo modo, podem haver úlceras vaginais e penianas.
Existem também casos descritos de hepatite, pneumonia e pancreatite causados pela infecção aguda do HIV. Em raros casos também pode ocorrer candidíase oral ou vaginal.
Tipicamente, os sintomas de infecção aguda pelo HIV iniciam-se entre 2 e 4 semanas após a exposição ao vírus. Porém, já foram descritos casos com até dez meses de intervalo.
Como se pode notar, os sintomas da infecção aguda pelo HIV são inespecíficos, comuns a várias outras doenças. É muito difícil estabelecer um diagnóstico apenas pelo quadro clínico Por isso, mais importante que os sintomas em si é o tempo de intervalo entre o comportamento de risco (sexo sem preservativos ou compartilhamento de agulhas) e o aparecimento dos mesmos.
De qualquer modo, o diagnóstico nunca é fechado através do quadro clínico já que várias doenças podem ter os mesmos sintomas, sendo necessária a realização das sorologias ou a pesquisa do vírus para confirmação.
Os pacientes na fase aguda do HIV apresentam carga viral elevadíssima estando, portanto, altamente contagiosos neste momento.
O quadro de infecção aguda pode durar até duas semanas, depois desaparece e o HIV fica silenciosamente alojado no corpo por muito anos. Após a fase aguda, a carga viral (contagem de vírus circulante no sangue) cai e se estabiliza em níveis baixos.
b) SINTOMAS DA AIDS (SIDA)
O término da infecção aguda costuma coincidir com a positivação da sorologia anti-HIV, ou seja, os exames de sangue para a pesquisa do HIV passam a ficar positivos.
O HIV ataca e destrói as células de defesa chamadas linfócitos CD4. A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS) é um quadro de imunossupressão causado por níveis baixos de linfócitos CD4, o que favorece o surgimento de infecções oportunistas.
Chamamos de infecções oportunistas aquelas que se aproveitam da queda no nosso sistema imunológico para nos atacar. Infecções oportunistas existem não só na AIDS, mas também em pacientes transplantados, em quimioterapia, com câncer, ou qualquer outra condição que leve à imunossupressão.
Para se estabelecer o diagnóstico de AIDS é preciso estar infectado pelo HIV e:
1) ter uma contagem de linfócitos CD4 menor que 200 células/mm3; ou
2) apresentar uma das doenças definidoras de AIDS, que são:
Não existe um quadro clínico único da AIDS. A apresentação clínica vai depender do tipo de doença que se desenvolver e os órgãos afetados. Se você me perguntar quais são os sintomas da AIDS, eu vou responder: - Depende, há vários.
As doenças mais típicas da AIDS são a candidíase de esôfago, a tuberculose (que na forma pulmonar pode ocorrer também em pessoas sem HIV), o sarcoma de Kaposi, a toxoplasmose cerebral, a pneumonia pelo fungo P.carinii e a citomegalovirose.
A imunossupressão além de facilitar o surgimento de infecções, também aumenta a frequência de neoplasias malignas. Cânceres como o de colo uterino se tornam extremamente agressivos e linfomas são muito mais frequentes na AIDS do que em pessoas sadias. Outros tumores, como o Sarcoma de Kaposi, são típicos de imunossuprimidos, principalmente em homossexuais .
Aquela imagem do paciente com AIDS, caquético, cheio de lesões de pele e candidíase oral, já não é mais tão comum. O tratamento avançou muito nos últimos anos e boa parte dos pacientes HIV positivos mantém seus níveis de CD4 elevados, impedindo a ocorrência de infecções oportunistas. Os pacientes já são diagnosticados mais precocemente e o tratamento costuma ser iniciado antes de fases avançadas da doença.
Mas atenção: o HIV ainda não tem cura e ainda mata. Na verdade, quem leva ao óbito não é o HIV, mas sim as infecções oportunísticas e neoplasias secundárias à imunossupressão. Por isso é importante tomar o coquetel antirretroviral corretamente para impedir a multiplicação do vírus e a destruição dos linfócitos CD4.
Imunossupressão é o nome dado à queda das defesas do nosso sistema imunológico, que é o responsável por nos proteger de infecções causadas por germes, como vírus, bactérias e fungos.
O HIV age infectando e destruindo os linfócitos, células que fazem parte do nosso sistema imunológico. Este processo de destruição é bem lento e gradual, permitindo que os pacientes permaneçam assintomáticos por muitos anos. Isto significa que as pessoas podem ser portadoras do HIV por muito tempo sem necessariamente desenvolver a doença AIDS.
Um paciente só é considerado como portador de AIDS quando o vírus HIV tiver atacado e destruído uma quantidade tão grande de linfócitos que o sistema imunológico já encontra-se debilitado. Com poucos linfócitos viáveis, o organismo se torna mais vulnerável a infecções, ficando susceptível a diversos tipos de vírus, bactérias, fungos e até tumores.
Na verdade, o vírus HIV em si provoca poucos sintomas. A gravidade da doença está nas chamadas infecções oportunísticas, que são aquelas que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico para se desenvolver.
Todavia, o HIV em alguns casos pode também causar sintomas. Logo após a contaminação pelo vírus podemos ter um quadro chamado de infecção aguda pelo HIV, que nada tem a ver com a AIDS. É um quadro semelhante a qualquer virose comum, que o ocorre por uma reação do corpo à presença de um vírus novo.
Neste texto vamos falar sobre os dois quadros clínicos causados pelo HIV:
a) Infecção primária pelo HIV (infecção aguda pelo HIV).
b) AIDS (SIDA).
a) INFECÇÃO AGUDA PELO HIV
Sintomas da infecção aguda pelo HIV (clique p/ ampliar) |
Uma grande quantidade de sinais e sintomas podem estar associados à infecção aguda pelo HIV. Muitos destes sintomas são inespecíficos e ocorrem também em outros quadros infecciosos, principalmente infecções respiratórias por outros vírus, como gripes, resfriados, mononucleose, etc.
A maioria dos pacientes que se contamina com HIV desenvolve sintomas de infecção aguda. O problema é que o quadro é tão inespecífico, e em alguns casos tão leve, que a maioria dos pacientes não se recorda de tê-lo tido.
O sintoma mais comum da infecção aguda pelo HIV é a febre (38ºC a 40ºC), que ocorre em mais de 80% dos casos.
Também são muito comuns:
- Faringite sem aumento da amígdalas e sem presença de pus
- Manchas vermelhas na pele (rash) que ocorrem 48 a 72h após o início da febre e costumam durar entre 5 e 8 dias. Este rash costuma se apresentar como lesões arredondadas, menores que 1 cm, avermelhadas, com discreto relevo e distribuídas pelo corpo, principalmente no tórax, pescoço e face. Também podem acometer solas dos pés e palmas das mãos.
- Aumento de linfonodos (ínguas) principalmente em axilas e pescoço.
- Dores articulares, musculares e cefaleia (
A úlceras parecem estar relacionadas ao ponto de entrada do vírus nas mucosas, semelhante ao que ocorre na sífilis . Úlceras orais indicam contaminação por sexo oral ativo e as úlceras anais por sexo anal passivo. Do mesmo modo, podem haver úlceras vaginais e penianas.
Existem também casos descritos de hepatite, pneumonia e pancreatite causados pela infecção aguda do HIV. Em raros casos também pode ocorrer candidíase oral ou vaginal.
Tipicamente, os sintomas de infecção aguda pelo HIV iniciam-se entre 2 e 4 semanas após a exposição ao vírus. Porém, já foram descritos casos com até dez meses de intervalo.
Como se pode notar, os sintomas da infecção aguda pelo HIV são inespecíficos, comuns a várias outras doenças. É muito difícil estabelecer um diagnóstico apenas pelo quadro clínico Por isso, mais importante que os sintomas em si é o tempo de intervalo entre o comportamento de risco (sexo sem preservativos ou compartilhamento de agulhas) e o aparecimento dos mesmos.
De qualquer modo, o diagnóstico nunca é fechado através do quadro clínico já que várias doenças podem ter os mesmos sintomas, sendo necessária a realização das sorologias ou a pesquisa do vírus para confirmação.
Os pacientes na fase aguda do HIV apresentam carga viral elevadíssima estando, portanto, altamente contagiosos neste momento.
O quadro de infecção aguda pode durar até duas semanas, depois desaparece e o HIV fica silenciosamente alojado no corpo por muito anos. Após a fase aguda, a carga viral (contagem de vírus circulante no sangue) cai e se estabiliza em níveis baixos.
b) SINTOMAS DA AIDS (SIDA)
O término da infecção aguda costuma coincidir com a positivação da sorologia anti-HIV, ou seja, os exames de sangue para a pesquisa do HIV passam a ficar positivos.
O HIV ataca e destrói as células de defesa chamadas linfócitos CD4. A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS) é um quadro de imunossupressão causado por níveis baixos de linfócitos CD4, o que favorece o surgimento de infecções oportunistas.
Chamamos de infecções oportunistas aquelas que se aproveitam da queda no nosso sistema imunológico para nos atacar. Infecções oportunistas existem não só na AIDS, mas também em pacientes transplantados, em quimioterapia, com câncer, ou qualquer outra condição que leve à imunossupressão.
Para se estabelecer o diagnóstico de AIDS é preciso estar infectado pelo HIV e:
1) ter uma contagem de linfócitos CD4 menor que 200 células/mm3; ou
2) apresentar uma das doenças definidoras de AIDS, que são:
- Candidíase pulmonar ou traqueal.
- Candidíase de esôfago
- Câncer de colo uterino invasivo
- Coccidioidomicose disseminada (uma infecção fúngica).
- Criptococose extrapulmonar (também uma infecção fúngica).
- Criptosporíase intestinal (doença parasitária).
- Citomegalovírus (doença viral).
- Encefalopatia do HIV (lesão cerebral pelo HIV).
- Herpes simples crônica (mais de um mês de duração) ou disseminada
- Histoplasmose disseminada (infecção fúngica).
- Isosporíase intestinal crônica (doença parasitária).
- Sarcoma de Kaposi (neoplasia típica da AIDS)
- Linfoma de Burkitt.
- Linfoma do sistema nervoso central
- Infecção disseminada por Mycobacterium avium complex (infecção bacteriana).
- Tuberculose disseminada
- Pneumonia pelo fungo Pneumocystis carinii (também chamado Pneumocystis jirovecii).
- Pneumonias recorrentes
- Leucoencefalopatia multifocal recorrente (doença viral que ataca o cérebro).
- Sepse pela bactéria salmonela
- Toxoplasmose cerebral
- Síndrome consumptiva (emagrecimento) do HIV.
Não existe um quadro clínico único da AIDS. A apresentação clínica vai depender do tipo de doença que se desenvolver e os órgãos afetados. Se você me perguntar quais são os sintomas da AIDS, eu vou responder: - Depende, há vários.
As doenças mais típicas da AIDS são a candidíase de esôfago, a tuberculose (que na forma pulmonar pode ocorrer também em pessoas sem HIV), o sarcoma de Kaposi, a toxoplasmose cerebral, a pneumonia pelo fungo P.carinii e a citomegalovirose.
A imunossupressão além de facilitar o surgimento de infecções, também aumenta a frequência de neoplasias malignas. Cânceres como o de colo uterino se tornam extremamente agressivos e linfomas são muito mais frequentes na AIDS do que em pessoas sadias. Outros tumores, como o Sarcoma de Kaposi, são típicos de imunossuprimidos, principalmente em homossexuais .
Aquela imagem do paciente com AIDS, caquético, cheio de lesões de pele e candidíase oral, já não é mais tão comum. O tratamento avançou muito nos últimos anos e boa parte dos pacientes HIV positivos mantém seus níveis de CD4 elevados, impedindo a ocorrência de infecções oportunistas. Os pacientes já são diagnosticados mais precocemente e o tratamento costuma ser iniciado antes de fases avançadas da doença.
Mas atenção: o HIV ainda não tem cura e ainda mata. Na verdade, quem leva ao óbito não é o HIV, mas sim as infecções oportunísticas e neoplasias secundárias à imunossupressão. Por isso é importante tomar o coquetel antirretroviral corretamente para impedir a multiplicação do vírus e a destruição dos linfócitos CD4.
Fonte @MDsaude