terça-feira, 6 de agosto de 2013

Higiene para o sexo anal (parte I)



................................................................................

Enganos freqüentes e soluções


Engano 1:

“Sexo anal é uma muito antiigiênica... geralmente têm resíduos de fezes lá dentro da bunda, que acabam saindo durante a relação, o que pode ser constrangedor a acabar inibindo a relação... ou irritar bastante o parceiro ativo.”

RESPOSTA – Aqui se evidencia uma falta de diálogo e comunicação entre os gays: embora existam várias maneiras de se conseguir uma relação limpa e confortável, a maior parte da comunidade gay do mundo não parece se dar conta disso.

Esse negócio de pintar sujeira durante as relações é comum; tem gente que se acostumou (e se acomodou). E para isso até inventaram no Brasil a expressão “passar cheque” – já que “cheque” é uma gíria gay para fezes (como “nena”, entre outras).

No caso, podemos decidir fazer duas coisas: ou nos conformamos com isso e transamos assim mesmo (há quem faça questão...) ou então arranjamos um modo mais eficiente de deixar a parte final do intestino bem esvaziada antes da relação.

Há diversas técnicas para isso, optativas, e a elas podemos aliar algumas medidas que facilitam a relação anal. Algumas podem ser aplicados concomitantemente. Mas o importante é que ao menos uma delas seja usada. Ei-las:

Cuidar a hora e a ocasião de transar. É melhor que o passivo só transe se naquele mesmo dia já tiver evacuado, ao menos uma vez. Como as pessoas geralmente evacuam ou pela manhã ou pela tarde, é mais garantido que, à noite, estejam com a bunda “relativamente” vazia por dentro. Assim, é bem recomendável “dar” à noite, sempre que possível.

Grau de eficiência: pequeno. Ainda haverá resíduos, mas pelo menos não será um grande acúmulo de matéria fecal. É o mais básico a se fazer.

Controle nas evacuações. Cuidar a freqüência e a maneira de fazer. Deve-se fazer um esforço para sair a maior quantidade de fezes possível em cada evacuação. Isso é até uma questão de saúde geral; vale para qualquer pessoa, independente se fazem sexo anal ou não. É O QUE A MAIORIA DOS PRATICANTES DE SEXO ANAL FAZ, mas os resultados são um tanto imprevisíveis.

Grau de eficiência: de pequeno pra médio (mas varia de pessoa pra pessoa, ou em cada caso). Via de regra, ainda suja um pouco, mas dá para encarar.

Limpar o ânus por dentro, com os dedos. Faz-se isso durante o banho, antes de ir transar. Agache-se, meta o dedo e vá tirando a “matéria”. É útil, mas dificilmente servirá para efeito de limpeza profunda, pelo fato dos dedos serem muito curtos: só se pode tirar os resíduos que estiverem ali próximo à abertura (felizmente, a sujeira costuma ficar mais perto ali do orifício). Há quem ache nojento limpar assim... Mas pior seria deixar nojenta a transa – é bom lembrar.

Grau de eficiência: médio ou bom... Só recomendável àqueles que que morrem de medo de chuca.

Chuca ou enema ou clister ou chuveirinho. Lavagem interna, com água ou outros líquidos injetados dentro do corpo. Das técnicas citadas, essa é a que produz os melhores resultados, mas é a que deve ser praticada com freqüência mais moderada, por uma questão de saúde.CHUCA é o nome popular dado pelos gays do Brasil a esse método. Nos países de língua inglesa, usa-se geralmente o termo ENEMA. O termo médico correto éHIDROCOLONTERAPIA. O grau de eficiência é grande: não aparece nenhuma sujeira visível durante a transa, igualzinho aos filmes pornôs (cujos atores sempre fazem chuca antes de filmar, por sinal).

Dentre as técnicas, abrirei mais espaço para falar dessa, já que é tida como a mais eficiente, e praticada a nível mundial, ao menos pelos gays que se consideram mais experientes.

Como fazer:

Durante o banho, use a mangueira no chuveiro, que geralmente traz uma duchinha na ponta (o tal “chuveirinho”), para injetar água dentro da bunda, e assim realizar a lavagem. (Claro que a água não pode ser muito quente e nem muito fria, e que seja suficientemente limpa e potável; e também nunca enfie a mangueira no ânus! – basta simplesmente encostar a extremidade dela no orifício, firmemente, e a água já entra com facilidade.) Quando sentir que a bunda já está bem cheia de água (a bunda, não a barriga toda, ok?), vá até o vaso sanitário, sente-se e solte tudo. Os resíduos de fezes sairão junto, com certeza – mas não tudo de uma única vez. Daí é necessário repetir a operação algumas outras vezes, porque certamente descerão mais resíduos, vindos lá do fundo, puxados pela água que entrou. Assim, vá de novo ao chuveiro, lave o ânus e coloque novamente água, volte ao vaso... e cada vez que lá sentar, deixe sair TODA a água, devagar e com paciência (isso é importante). Essa operação de botar água e soltar geralmente é feita 4 ou 5 vezes, podendo variar. O banho até poderá ser demorado, mas não é pra se fazer chuca todos os dias, de qualquer forma...

E se você ainda não defecou nesse dia, é certo que defecará agora, pois a água puxará todo objeto que se encontrar na última parte do intestino, indo mais longe que o reto.

Feita a chuca, lubrifique o ânus com saliva (sabonete e xampu são desaconselháveis, pois podem irritar a mucosa lá dentro), e introduza-se um dedo para examinar se já está bem limpinho. Geralmente, a essa altura, já estará. Pronto!

Mas também não podemos exagerar nessas lavagens; aliás, nenhum exagero é bom. Não podemos nos acostumar a fazer chuca com muita freqüência, pois o intestino pode começar a ter dificuldade em trabalhar do modo natural. Aí o indivíduo só conseguirá defecar com o uso da duchinha – é a tal “chuca viciante”. Fora outros problemas que poderão advir deste excesso: machucaduras, redução da flora intestinal, da mucosidade etc. Para que nada disso ocorra, a lavagem deverá ser feita apenas nos dias das transas, e não sempre. Recomenda-se no máximo duas vezes na semana, preferencialmente uma. Se for um casal, e quiserem transar todos os dias, eles podem se revesar nos papéis, e aí já teriam mais dias na semana para transar.

E se o sujeito quiser “dar” todos os dias? Bem, já que a chuca muito freqüente é desaconselhável, temos como saída para isso as demais opções de limpeza interna já mencionadas, mesmo não sendo tão perfeitas.

Também é bom não ir transar imediatamente após a lavagem. O certo é esperar pelo menos uma hora, e preferencialmente duas, para que o reto recupere a lubrificação natural (muco) e a sensibilidade interna. Não há maiores problemas, pois, se a chuca tiver sido bem feita, seu efeito poderá durar muitas horas.

Eis aí, finalmente, o modo saudável e correto de higiene prévia para o sexo anal.


(CONTINUA)

Fonte @tudosobresexogay

Nenhum comentário: