sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dor e desconforto no sexo anal (parte I)

Enganos freqüentes e soluções
Engano 1:
“Sexo anal é dolorido para o passivo, pois o pênis é grosso demais e o orifício muito estreito. Uma penetração perfeita só pode ser vaginal...”

RESPOSTA – Antes da mais nada, para ser penetrado, o ânus precisa de um preparo. Ele visa primeiramente dois fins: elasticidade e lubrificação.

A lubrificação pode ser com saliva ou gel especial, que tem em qualquer farmácia (peça o K-Y, que é o mais seguro, não danifica a camisinha e nem faz mal à saúde). Se usarmos apenas saliva, terá que ser em grande quantidade. Nesse caso, o mais recomendável é introduzir primeiramente os dedos para melhor “preparar” o ânus. Introduzindo um dedo (ou dois, dependendo do caso), faremos com ele alguns movimentos para causar elasticidade no esfíncter (o “anel”). Pode-se trabalhar primeiramente com dois dedos, e, mais tarde, quando relaxar o bastante (e se julgarem necessário), colocar três dedos – mas só a metade deles, bem devagar e com muitíssima lubrificação.

Pode-se fazer também o encaixe em 3 etapas, bem simples:

1a etapa = entra apenas a extremidade do pênis, digamos 1/3 ou 1/4 dele. Bem devagar, com cuidado. Fiquem um tempo só nisso.

2a etapa = já pode entrar a metade do pênis, em movimentos lentos e cuidadosos.

3a etapa = por fim, o pênis já pode entrar inteiramente, uma vez que os músculos do ânus ficaram devidamente relaxados.

Há ainda quem recomende o annalingus (cunete) como medida mais eficaz para o relaxamento do ânus. Aí depende da desinibição dos parceiros (além do fator higiene, logicamente). Em certos casos, uma língua pode fazer milagres...

E se o passivo pouco experiente ainda estiver com dúvidas, recomenda-se que comece a transa sentando sobre o pênis do parceiro (acocorado é melhor), pois essa forma é a mais indicada para o principiante, já que permite que ele possa um maior controle das penetrações.

Sim, pode-se transar sem tantas preparações, mas é sempre recomendável se precaver. Fora que há pessoas com o ânus muito estreito – cada caso é um caso.


Engano 2:
“Apenas a vagina tem lubrificação natural, não o reto. Por isso é tão difícil fazer sexo anal.”
RESPOSTA – Ora, o lubrificante natural da vagina é do tipo que apenas surge quando a mulher fica excitada, mas isso não quer dizer que o intestino não produza, por si mesmo, lubrificação. Ele produz (embora em pouca quantidade), mas é quase certo que isso não se deve à excitação psicológica do passivo... Trata-se do muco, substância incolor e viscosa sempre presente dentro do corpo, mas que só surge em maior quantidade quando há algum objeto lá dentro, pressionando as paredes internas.

Por isso mesmo, pode ser de utilidade fazer o estímulo prévio com o dedo, durante um tempo, até que o interior fique mais úmido. Mas – é bom que se diga – a lubrificação natural, neste caso, será sempre pequena, de qualquer forma, e não dispensará o uso de um lubrificante adicional.


Engano 3:

“Há sempre uma sensação desagradável no começo, quase uma dor, parecida com vontade de defecar. É ruim a sensação de defecar para dentro.”

RESPOSTA – Antes da mais nada: a sensação parecida com “vontade de defecar” é inevitável e sempre vai continuar durante a transa, o que não significa que a pessoa vai realmente defecar. Quando defecamos, podemos ter duas sensações: uma é bem agradável, e é o normal de acontecer. A outra, desagradável – quase uma dor –, ocorre geralmente em casos de diarréia ou acompanhada de algum outro distúrbio da saúde. Mas pode ocorrer quando há uma penetração anal muito brusca, num indivíduo ainda não acostumado à prática.

Há um modo simples de evitar isso: seja qual for o objeto que entrará, o indivíduo passivo deve, logo no início da penetração, fazer força com o ânus para empurrar para fora o objeto, como se defecasse. A força deve ser nosentido contrário ao que entra. Por incrível que pareça, isso causa sempre um grande alívio, e o objeto, no caso o pênis do parceiro, vai ainda mais fundo sem a mínima dor, pois a dor vem justamente da “contração” no início da penetração. No começo desta, o esfíncter (o popular “anel”) vai querer automaticamente se fechar e barrar a entrada, convulsivamente, e é isso que pode causar desconforto em certos casos. Mas havendo o esforço em sentido contrário por parte do ânus do passivo, o pênis mergulhará fundo e fácil, pois todo o reto vem sobre e ele e o engole inteiramente. Se houvesse a “contração” do intestino, as paredes do reto seriam violentamente “esticadas” pelo membro penetrante. Se bem que uma boa lubrificação possa evitar tal esticamento, não evita, em todos os casos, a sensação meio desagradável da transa feita precipitadamente.

É claro que o passivo não precisa ficar com o ânus “escancarado” o tempo todo – é só quando o pênis do parceiro entra pela primeira vez. E logo que ele sair, ainda que parcialmente, é aí que o reto deve contrair-se e o ânus se fechar firme. E assim, sucessivamente, para que os parceiros acompanhem seus ritmos.

Esse movimento de “empurra-encolhe”, em conformidade com o pênis que “entra-sai” ocorrerá só no início da transa, para dar tempo para a bunda se acostumar com o vai-e-vem. O ritmo pode depois se acelerar, sem problemas, quando o passivo já estiver bem preparado para isso.

E que absurda essa idéia de “defecar para dentro”! As pessoas se baseiam no fato de que quando “seguramos” as fezes, durante o tempo em que não chegamos ainda ao banheiro, essa sensação de segurar é desagradável. Claro que é, mas esse desagradável não vem do fato de haver um objeto dentro do reto, mas sim pela pressão causada sobre o esfíncter, em seu lado interno, quando ele tenta, meio que dolorosamente, “barrar” a passagem das fezes. Ora, é justamente esse “barrar” que incomoda, e não o simples fato de o intestino estar cheio.

Já numa relação anal, o orifício fica sempre aberto, sem receber pressão sobre o lado interno do esfíncter. É uma sensação de grande alívio sentir-se assim “aberto” - totalmente receptivo ao amor do parceiro. E jamais se pode dizer que o sexo anal seja tão-somente como defecar: desde quando as fezes conseguem estimular as regiões mais sensíveis do interior do corpo? Só uma técnica bem orientada pode fazer isso.


(CONTINUA AMANHÂ)


Fonte @tudosobresexogay

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