quarta-feira, 31 de julho de 2013

Prazer anal – como obter (parte I)

O Engano e a solução

O Engano:

“Não é possível gozar pelo ânus! O passivo se deixa penetrar apenas para satisfazer o parceiro ativo. O homem só sente prazer no pênis...”

RESPOSTA – Os fatos desmentem isso. É raro encontrar um gay que seja “100% ativo”. A maior parte dos homossexuais masculinos prefere mais ser “comidos” que “comer”, embora costumem fazer ambos os papéis. Ora, seriam todos masoquistas? Ou seria o prazer anal apenas psicológico, e não uma sensação física?

Não, ledo engano! Já vimos que há uma série de cuidados que eliminam absolutamente todo o incômodo durante a transa. Os poucos gays que consideram o papel passivo um “sacrifício” simplesmente desconhecem as regras básicas do sexo anal.

Mas deve se deixar bem claro: esse “gozo anal” é muitíssimo diferente do orgasmo. Este dura no máximo 4 segundos, embora seja precedido por boas sensações gerais no corpo todo e na mente. O prazer está imensamente concentrado num curto período de tempo e, por isso mesmo, é extraordinariamente forte. Mas, infelizmente, passa rápido demais e por isso pode deixar uma impressão de desilusão ou insatisfação.

Já o ânus não pode ter um orgasmo, igual ao pênis, mas o prazer sentido ali quase sempre se prolonga durante toda a transa, ou então vindo sucessivamente, entre pequenos intervalos. Mas isso também depende de se estimular a zona certa.

A bunda, essa desconhecida, possui um foco interno de sensibilidade que, se for repetidamente estimulado por algum objeto que se insira no reto, pode responder com uma extasiante sensação de alívio, realmente compensadora. Esta região hipersensível pode ser chamada região prostática, porque está envolvendo a próstata, a glândula que regula a sexualidade masculina. Tal região é chamada “Ponto G” do homem.

A próstata se localiza precisamente entre o reto e a base interna do pênis (atrás do períneo, aquela parte lisa entre o “saco” e o ânus, onde corre um risco de pele) e há uma conexão entre essa base, a próstata e o reto. Junto ao reto, esta conexão compreende um agrupamento de terminais nervosos de hipersensibilidade, que se estende também até a abertura do ânus. (Podemos facilmente sentir a próstata, quando nos introduzimos um dedo: sobre ela o reto traz uma plataforma, lisa e arredondada, como um pequeno disco, a 5/6 cm da abertura. Esta plataforma costuma “pulsar” convulsivamente durante o orgasmo, pois os músculos ao redor da próstata a espremem automaticamente para fazer sair o líquido espermático.)

Assim como, para a mulher, existe ao mesmo tempo um órgão proeminente, sediador do orgasmo, no exterior da vulva (a popular “buceta”), que é o clitóris (o popular “grelo”), e também um local no interior da vagina, um pouco à esquerda de quem entra pela frente, chamado o “Ponto G” feminino, que sedia uma outra sensação, diferente do orgasmo, mais profunda e esparsa, também para o homem existe uma parte saliente sediadora do orgasmo (o pênis) e uma do outro gozo, o esparso e profundo, extensa ao longo do reto e também nele, mas que se concentra muito mais na parte próxima à próstata. Este é o “Ponto G” do homem – justamente dentro da bunda!

Pergunta-se: por que ele existe? Para que serve? É obra da natureza, ou mero acaso?

Ora, será tão difícil assim admitir que o prazer seja algo muito mais que justificável – um elemento indispensável em nossas vidas?

E isso não é somente para os gays. TODOS os homens podem sentir prazer na bunda; nenhum heterossexual vira gay só por gostar desta sensação. Ser gay e gozar pelo ânus não é a mesma coisa! Seria o mesmo que dizer que uma mulher é menos mulher por ter orgasmo no clitóris – que é uma espécie de miniatura de pênis, escondido na entrada da vagina. Note-se que o prazer do clitóris é um prazer “ativo” e viril.

Assim, tanto o homem quanto a mulher possuem, cada um, duas zonas do corpo que podem sediar os dois tipos de prazer: 1 – o prazer ativo/penetrador, sentido em uma estrutura convexa (saliente) e 2 – o gozo do Ponto G, que é um prazer passivo, deleitoso, sentido em uma estrutura côncava (reentrante).

O que se conclui disso? Que a reprodução biológica não é a única finalidade da sexualidade. Afinal, o que o ânus e essa região têm a ver com a reprodução? A natureza quer que sintamos muito prazer e sejamos felizes, antes de mais nada. Cada parte do corpo tem muitas utilidades, não apenas uma ou duas. Assim, é absurdo dizer: “este órgão foi feito só para isso e aquele só para aquilo”. Variar não é contra a natureza, mas, sim, restringir. Variar equivale a progresso, libertação, realização; não é uma transgressão de leis naturais. Somente presunçosos ou preconceituosos acham que conhecem todas as leis da natureza...

Apenas quando o “variar” provocar dor e sofrimento, ou reprime o prazer, poderá ser considerado contra a natureza. Mas carinho e afeto sempre serão naturais, inclusive na versatilidade do corpo.

A dificuldade de se praticar o sexo anal não estava originalmente na natureza: ela foi forjada e reforçada deliberadamente pela civilização moderna. Se a sociedade permitisse que as pessoas tocassem mais em suas bundas, tudo o que estivemos expondo neste trabalho seria naturalmente descoberto, desde muito tempo, por todo mundo, e não apenas por uns poucos. Como sempre, o homem se emancipa da natureza utilizando os próprios elementos dela. Ela apenas contribui colocando os elementos à nossa disposição.


Continua amanhã

Fonte @tudosobresexo

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