segunda-feira, 22 de julho de 2013

Clínicas oferecem ilegalmente tratamento da "cura gay" no Brasil

Clínicas oferecem ilegalmente tratamento da "cura gay" no Brasil
Um relatório produzido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), com a colaboração da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), indica que instituições que oferecem tratamento a dependentes químicos no país, também submetem os internos a processos de conversão da sexualidade.

De acordo com matéria publicada no jornal “O Globo” do último domingo (21), há indícios de que pelo menos seis clínicas realizam o que chamam de “libertação” de internos homossexuais.

A maioria das unidades são de orientação religiosa — evangélicas e católicas — e estão distribuídas em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. 

Segundo do relatório, na Associação Beneficente Metamorfose, em Goiás, por exemplo, “os casos de diversidade sexual são estimulados a ser libertados”.
Na Fazenda Esperança, no Sergipe, a instituição “recebe homossexuais que, por motivos pessoais, desejem se internar para tentar deixar esta orientação sexual”.
No Esquadrão da Vida, no Mato Grosso do Sul, “a instituição não permite nem a manifestação nem a prática da homossexualidade e realiza um trabalho religioso para converter o interno”.
Uma funcionária do Lar Cristão Ala Feminina, no Mato Grosso, confirmou ao jornal que a instituição aceita homossexuais que não necessariamente sejam dependentes químicos.
“No caso, é só um trabalho de libertação. São quatro cultos por dia e tem um culto à noite. Aí vai trabalhando, vai libertando”, relatou.
Pedro Paulo Bicalho, coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, ressalta o fato de a maioria dessas instituições são geridas por religiosos, e não por profissionais de Saúde. 

“Esses profissionais, de um modo geral, não dizem claramente o que fazem, então é difícil identificar casos em que a identidade de gênero é violada. Mas a gente sabe que eles existem. E existem com muito mais presença e força que um relatório é capaz de identificar”, afirmou Bicalho ao jornal.

Segundo resolução do CFP, é proibido oferecer tratamento ou cura para a homossexualidade.
Em face das denúncias, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) informou que enviou o conteúdo do relatório ao Ministério Público Federal, para que sejam abertas investigações contra as clínicas e comunidades.

Fonte @acapa

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