quinta-feira, 17 de maio de 2012

Discriminação e violência contra LGBTs persiste no mundo

Ativistas pelos direitos LGBT participam das atividades do Dia Internacional Contra a Homofobia em São Petersburgo, na Rússia (Foto: AFP)Ativistas pelos direitos LGBT participam das
atividades do Dia Internacional Contra a Homofobia
em São Petersburgo, na Rússia (Foto: AFP)
Por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, as organizações defensoras dos direitos das minorias sexuais alertam nesta quinta-feira sobre a persistência da discriminação e da violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais pelo mundo, orientação sexual é ilegal em 78 países e punida com pena de morte em cinco.

A Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA) divulgou nesta semana em Genebra um relatório sobre a situação da homossexualidade que revela que dez países permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e 12 admitem a adoção de filhos por parte de casais.

Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia e Sudão penalizam a homossexualidade com pena de morte, o que ocorre também em algumas regiões do norte da Nigéria e do sul da Somália.

Em Tbilisi, na Geórgia, jovens marcham com bandeiras e cartazes para protestar contra o preconceito e violência contra LGBTs (Foto: Reuters)Em Tbilisi, na Geórgia, jovens marcham com bandeiras e cartazes para protestar contra o preconceito e violência contra LGBTs (Foto: Reuters)
A Europa é a região onde os direitos LGBTs são mais atendidos, na América Latina o maior problema é a violência - pois a maioria de países não conta com legislação que proíba a homofobia -, enquanto metade dos países da Ásia ainda criminaliza a homossexualidade.

Nos Estados Unidos, onde os ativistas consideraram um grande avanço o recentepronunciamento do presidente Barack Obama em favor de casamento entre pessoas do mesmo sexo, foram convocados atos de protesto. O apoio de Obama ao casamento igualitário levou o debate ao centro da campanha eleitoral no país, já que seu provável rival republicano, Mitt Romney, se opõe à união entre pessoas do mesmo sexo.

FOTO: AFPCasais se beijam em protesto para lembrar o Dia Internacional Contra a Homofobia, na praça das Armas, em Assunção, no Paraguai. A data de combate à violência e discriminação contra LGBTs foi celebrada com protestos em várias cidades do mundo (Foto: AFP)
Em Cuba, o Dia contra a Homofobia se lembra com atos que começaram no último dia 8 com atividades acadêmicas, educativas, artísticas e eventos públicos e a já tradicional 'conga' contra a homofobia realizada nas ruas de Havana no sábado passado.

A sexóloga Mariela Castro, sobrinha de Fidel, lidera marcha contra homofobia em Cienfuegos, Cuba (Foto: AFP)A sexóloga Mariela Castro, sobrinha de Fidel, lidera marcha contra homofobia em Cienfuegos (Foto: AFP)
A iniciativa é promovida desde 2007 pelo Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), dirigido por Mariela Castro, filha do presidente cubano Raúl Castro, como parte de sua campanha para sensibilizar sobre o respeito à diversidade sexual.

A Sociedade de Integração Gay Lésbica Argentina (Sigla) se manifestará em frente ao Ministério da Educação, em Buenos Aires, enquanto outros grupos como a Comunidade Homossexual Argentina (CHA) apoiará guias escolares - a Argentina foi o primeiro país da América a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2010.

(Foto: Gett Images)LGBTs comemoram em frente ao Congresso argentino, enquanto o Senado debatia um projeto de lei de identidade de gênero em Buenos Aires em 9 de maio. O projeto de lei, já aprovado por 55 a favor de 72 senadores, permitirá que qualquer pessoa — sem necessidade de tratamentos médicos, cirurgias ou perícias psiquiátricas — modifique gênero e nome nos documentos (Foto: Gett Images)
Na Europa, e especificamente no Reino Unido, foram convocados para esta quinta-feira 150 atos para celebrar a data, nos quais se incluem protestos contra a situação dos homossexuais em outros países como Irã e Nigéria.

Em Paris, a associação Osez Le Féminisme pretendia organizar um 'flash-mob Kiss-in' de mulheres contra a discriminação de lésbicas, em uma praça próxima ao centro Pompidou. Com o beijo público entre mulheres, a associação pretende chamar a atenção sobre 'a violência especificamente dirigida contra as mulheres por ocasião de sua homossexualidade'.

Entre os eventos previstos na capital alemã, está uma maratona de beijos 'Kiss.In' sob o lema 'Homofobia, um perigo para nossa juventude. Contra a banalização da violência contra homossexuais e transexuais'.

No centro de Moscou, na Rússia, jovens soltam balões coloridos para lembrar a data de luta contra a homofobia (Foto: AFP)No centro de Moscou, na Rússia, jovens soltam balões coloridos para lembrar a data de luta contra a homofobia (Foto: AFP)
Na Rússia, os índices de homofobia são alarmantes. Cerca de 45% dos russos dizem ter emoções negativas ao lidar com LGBTs, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira por ocasião da data. A Prefeitura de Moscou cogita negar autorização para a realização de duas manifestações de Orgulho LGBT no centro da capital russa nos próximos dias 26 e 27.

A África do Sul é a exceção africana no reconhecimento dos direitos da comunidade LGBT, em um continente onde a homossexualidade é proibida em cerca de 30 países e punida com a prisão em muitos deles. A Constituição sul-africana de 1996 é uma das mais avançadas da África e reconhece o direito de união civil de casais do mesmo sexo.

Fonte @gay1

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